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Alergia respiratória: quais são e como controlar

Por: - Dermatologista Pediátrica - CRM/SC 10414 | RQE 5948 | RQE 21133
Publicado em 12/06/2018 - Atualizado 07/02/2019

É muito comum que as crianças apresentem quadros de alergia respiratória. Caracterizada por uma reação de hipersensibilidade aos alérgenos, é frequente que as alergias se instalem durante a infância, trazendo alguns desconfortos. No entanto, o acompanhamento pediátrico das mesmas é muito importante para prevenir possíveis complicações.

De maneira geral, as reações alérgicas são causadas por substâncias que desencadeiam sensibilidade em algumas pessoas. O alérgeno, por sua vez, por estar presente no ar, acaba interferindo na saúde respiratória de pessoas mais sensíveis. Os alérgenos podem causar alergias respiratórias ou desencadeá-las em pessoas mais predispostas. Idosos e crianças, por exemplo, tendem a ser mais suscetíveis.

Alergia respiratória e suas causas

Podemos classificar como as principais alergias respiratórias a asma e a rinite alérgica (ou febre do feno). Ambas podem ocorrer juntas ou separadas. As causas para as alergias respiratórias estão relacionadas, principalmente, à hereditariedade, já que as crianças cujo os pais possuem o quadro, apresentam grandes chances de, também, desenvolvê-las.

Outros fatores externos também podem levar às alergias respiratórias. Mudanças climáticas bruscas, assim como casos de resfriados e gripes contribuem para o surgimento das crises. Da mesma forma, os ácaros ligados à poeira e mofo também contribuem para o quadro.

A rinite alérgica quase sempre é desencadeada pela sensibilidade ao pólen, por isso, acontece em maior número durante a primavera. A asma, por sua vez, é decorrente de ambientes fechados, com pouca incidência solar e com facilidade para o acúmulo de ácaros, insetos e epitélios de animais domésticos.

Alergias respiratórias e dermatite atópica

As alergias respiratórias podem acompanhar a dermatite atópica. Uma doença cutânea inflamatória que está associada às alterações imunológicas, seguida de reações alérgicas e alterações na barreira da pele. É bastante comum entre as crianças, podendo surgir após o terceiro mês de idade e perdurando por anos. Assim, é fundamental acompanhar se as crises respiratórias estão acompanhadas da dermatite atópica, para que o tratamento seja melhor direcionado.

Diagnóstico e sintomas da alergia respiratória

O diagnóstico da alergia respiratória vai depender da análise de um especialista, segundo os sintomas apresentados e histórico familiar do paciente.

Rinite alérgica

Diagnóstico

  • Histórico familiar;
  • testes cutâneos e exames de sangue.

Sintomas

  • Secreções excessivas das glândulas mucosas do nariz;
  • congestionamento das veias da cavidade nasal, que leva a obstrução ao fluxo aéreo nasal;
  • irritação dos nervos sensoriais do nariz;
  • garganta e olhos inflamados;
  • corrimentos e congestionamento nasal;
  • espirro;
  • tosse;
  • sensação de peito cheio;
  • chiado no peito;
  • falta de ar;
  • coceira e inflamação nos olhos;
  • erupção de pápulas cutâneas;
  • dor de cabeça;
  • sono agitado;
  • falta de concentração.

Asma

Diagnóstico

  • Histórico familiar;
  • teste de função pulmonar, radiografias do tórax e testes cutâneos.

Sintomas

  • Secreções excessivas nos brônquios;
  • espasmo do músculo liso na parede brônquica;
  • inchaço inflamatório da mucosa brônquica;
  • obstrução ao fluxo de ar para dentro e fora dos pulmões;
  • falta de ar;
  • chiado;
  • aprisionamento de ar no peito;
  • tosse seguida de secreções aumentadas;
  • inflamação das vias aéreas.

Tratamento da alergia respiratória

A alergia respiratória não costuma ter uma cura definitiva. Por isso, é muito importante a consulta a um especialista que irá direcionar o melhor tratamento para cada caso.

Geralmente, utiliza-se algumas alternativas de reparo imediato. Descongestionantes nasais, por exemplo, aliviam momentaneamente o quadro, mas costumam piorar os sintomas quando o efeito passa.

No entanto, o uso de soro fisiológico para lavar as narinas, assim como anti-histamínicos e vacinas podem controlar bastante a situação. Da mesma forma, corticosteróides tópicos e imunomoduladores são indicados como procedimento de tratamento.

Dicas para melhorar as alergias respiratórias em crianças

  • Evitar a exposição ao tempo seco e poluição;
  • preparação para as estações frias do ano;
  • garantir o aleitamento materno;
  • evitar a exposição de crianças de até um ano à pelos de animais ou outros agentes alergênicos;
  • controle da poeira doméstica, mofos, fungos e ácaros;
  • incentivar a ingestão de água.

Vimos que a as alergias respiratórias devem ser acompanhadas para um melhor direcionamento de tratamento. No entanto, se ainda houver dúvidas, não deixe de entrar em contato. Leia, ainda, o artigo Dermatite atópica tem cura? para entender a relação da dermatite atópica com as alergias respiratórias.

Material escrito por:
Dermatologista Pediátrica - CRM/SC 10414 | RQE 5948 | RQE 21133

A Dra. Marice Mello dedica-se à pediatria desde a graduação em medicina na UFSC. A médica é especialista em pediatria, pelo Hospital Infantil Joana de Gusmão, e tem especialização em dermatologia pediátrica, pela UFPR. É membro da Society Pediatric Dermatology, da Sociedade Latino-Americana de Dermatologia Pediátrica e da Sociedade Brasileira de Pediatria.   Ver Lattes

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