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Perguntas e respostas sobre dermatite atópica: tire suas dúvidas

Por: - Dermatologista Pediátrica - CRM/SC 10414 | RQE 5948 | RQE 21133
Publicado em 12/05/2016 - Atualizado 07/02/2019

A pele das crianças é muito sensível porque ainda não tem a maturidade do órgão de um adulto. Por isso, está mais suscetível a desenvolver algumas doenças. A maior parte se manifesta a partir de manchas vermelhas na pele e pode ter como outro sintoma comum a coceira, o que torna difícil para os pais saber identificar o que está afetando a saúde da pele.Perguntas e respostas sobre dermatite atópica: tire suas dúvidas

Apesar dos sintomas comuns, as doenças de pele também possuem manifestações bem características que podem ajudar a identificá-las. Resumimos as principais em relação à dermatite atópica.

O que é?

A dermatite atópica é uma doença de pele, alérgica, crônica, caracterizada por pele seca e áreas avermelhadas que coçam, com períodos de melhora e piora. Afeta de 15 a 20% das crianças e é a principal doença tratada pela dermatologia infantil.

A partir de que idade a doença aparece?

A dermatite atópica pode aparecer em qualquer idade, tanto na criança quanto no adulto, mas na maioria das pessoas a doença se manifesta até os 5 anos de idade.

A dermatite atópica tem relação com outras alergias?

Sim, a dermatite atópica geralmente tem relação com outras alergias, como asma e rinite. Também pode estar associada à conjuntivite alérgica e alergias alimentares. Em geral, na família em que há histórico de alergia respiratória (asma, rinite) ou na pele, a criança herda dos pais o gene para alergias.

Quais são os sintomas?

A dermatite atópica deixa a pele seca, causa coceira e áreas avermelhadas.  No bebê, geralmente é confundida com as brotoejas.

Quais são os fatores externos/do meio que pioram a doença?

Os fatores que podem piorar o quadro de dermatite atópica são: banhos demorados e/ou com, água muito quente, uso de sabonete e cosméticos em excesso no banho, roupas sintéticas, suor, frio, amaciantes de roupas e uma alimentação com muitos corantes e conservantes.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da dermatite atópica é clínico, ou seja, feito a partir da história do paciente e do exame físico que é realizado pelo médico.

Os exames de alergia auxiliam no diagnóstico?

Os exames de alergia auxiliam no controle da dermatite, pois permitem saber se a criança é alérgica a algum alimento específico ou a pelo de animais, por exemplo. No entanto, devem ser realizados preferencialmente a partir dos três anos.

Qual é o tratamento?

A principal forma de tratar a dermatite atópica é hidratando a pele. A hidratação da pele da criança diagnosticada com a doença é insuficiente e isso faz com que ela tenha a barreira de proteção do órgão incompleta. A hidratação é feita com óleos e emolientes. Nas crises, quando a pele está vermelha, inflamada e com coceira, são usados antialérgicos orais e anti-inflamatórios tópicos.

A doença tem cura?

A dermatite atópica, assim como outras alergias, não tem cura, mas tem controle. E com a idade, na maioria das crianças a tendência é que haja um alívio considerável dos sintomas.

Quais são os hábitos adequados para uma pele com dermatite atópica?

Hidratar a pele todos os dias;

Banhos rápidos, mornos e com pouco sabonete;

Usar sabonetes e xampús neutros;

Usar sempre roupas de algodão;

Evitar o uso de amaciantes para lavar as roupas;

E ter uma alimentação saudável, evitando os corantes e conservantes.

O emocional tem influência no surgimento da doença?

Assim como outras doenças de pele, a parte emocional tem importante influência nas crises de dermatite atópica. Os pais devem estar atentos a isso. Às vezes é recomendada terapia para as crianças com dermatite atópica mais grave.

A pele é o maior órgão do corpo e uma barreira de proteção para o organismo. É importante cuidar para que se mantenha saudável da infância à fase adulta.

Material escrito por:
Dermatologista Pediátrica - CRM/SC 10414 | RQE 5948 | RQE 21133

A Dra. Marice Mello dedica-se à pediatria desde a graduação em medicina na UFSC. A médica é especialista em pediatria, pelo Hospital Infantil Joana de Gusmão, e tem especialização em dermatologia pediátrica, pela UFPR. É membro da Society Pediatric Dermatology, da Sociedade Latino-Americana de Dermatologia Pediátrica e da Sociedade Brasileira de Pediatria.   Ver Lattes

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