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Com quantos meses o bebê pode tomar banho de piscina?

Por: - Dermatologista Pediátrica - CRM/SC 10414 | RQE 5948 | RQE 21133
Publicado em 28/02/2018 - Atualizado 07/02/2019

A dúvida sobre a partir de quantos meses o bebê pode tomar banho de piscina é bastante comum para os pais. Brincar com o bebê na água é muito divertido nos dias quentes e, do ponto de vista da autoconfiança, também é bom que a criança se acostume a esse ambiente.

Na realidade, quanto mais cedo a criança tiver contato com a piscina, melhor. Mas é preciso ressaltar que a atenção com ela deve estar redobrada e os pequenos não devem ficar sozinhos em nenhum momento.

Conheça os motivos que garantem que o bebê pode tomar banho de piscina desde cedo:

  • nadar fortalece a região torácica e do diafragma do bebê, que são partes do corpo essenciais para manter a boa respiração;
  • praticar exercícios na piscina ajuda na troca de oxigenação, prevenindo problemas de saúde;
  • movimentar-se na água produz maior repertório motor;
  • nadar possibilita aquisição de habilidades;
  • a natação é muito indicada para crianças com asma e bronquite.

E o mais importante: na piscina, a relação entre mãe/pai e filho se estreita. O bebê pode tomar banho de piscina desde cedo principalmente porque o contato e o cuidado constante durante a atividade transmite à criança maior autoconfiança. Além disso, desenvolve uma boa interação social, já que, nesse momento, vários músculos e sentidos estão sendo estimulados.

Mas é preciso ficar sempre atento às alergias de pele que podem ser ocasionadas por causa das substâncias encontradas na água da piscina.

O bebê pode tomar banho de piscina com alguns cuidados

Como em qualquer outra atividade que envolve bebês, tomar banho de piscina necessita de alguns cuidados. Em relação à pele das crianças, é necessário entender que ela é considerada uma barreira natural do corpo, que serve para proteger tanto os pequenos quanto os adultos de possíveis agressões externas às quais é submetida.

Em se tratando de bebês, a pele ainda não adquiriu imunidade o suficiente para proteger o organismo de todas as adversidades. É por esse motivo que ela merece uma atenção especial, principalmente no verão, quando ficam mais vulneráveis.

Isso por que a cútis dos pequenos é mais fina e necessita de atenção e cuidados redobrados. Ela fica exposta à bactérias e vírus, sem falar do calor excessivo, que também pode agredir a pele dos pequenos.

Apesar de a natação e as atividades aquáticas serem recomendadas para o desenvolvimento da criança, a água da piscina precisa estar adequadamente higienizada para preservar a saúde dela. Do contrário:

  • o cloro da piscina pode irritar a pele e as mucosas do nariz e dos olhos;
  • pode-se desencadear crises de asma, rinite alérgica e dermatite.

Bebês são ainda mais sensíveis ao cloro. Por isso, o ideal é procurar uma piscina que tenha um tratamento menos agressivo, como:

  • a radiação ultravioleta, que é capaz de inativar micro-organismos;
  • o uso de ozônio (gás natural), que combate bactérias, algas, fungos e vírus, e é considerado o mais eficaz e seguro método de tratamento de água para crianças;
  • uma associação de vários métodos, com a aplicação mínima de cloro.

Doenças de pele que podem ocorrer após o banho de piscina

Como a pele das crianças é mais sensível que a dos adultos, ela necessita de maiores cuidados. Principalmente no verão e, consequentemente, nos banhos de piscina, é quando a proliferação de doenças acontece mais facilmente através da água.

Micose

A micose é uma doença de pele causada pela presença de fungos na água. A mais conhecida é a micose de unha, que apresenta sintomas como descolamento ou alteração na espessura ou textura da unha. Além das unhas, o problema da micose também pode afetar outras partes do corpo, geralmente as mais expostas à umidade.

Dermatite ou foliculite

Caracteriza-se por uma inflamação dos folículos capilares, causada pela bactéria Pseudomonas aeruginosa. Todas as crianças, inclusive adultos, expostas à água contaminada com esta bactéria podem contrair esse tipo de foliculite.

A inflamação da raiz dos pelos normalmente pode ser tratada em casa com o uso de sabão antisséptico ou fármacos prescritos pelo dermatopediatra.

Os sintomas de foliculite aparecem, primeiro, como caroços, prurido e pequenas espinhas com pus. As erupções de foliculite tipicamente surgem no tronco, axilas e partes superiores dos braços e das pernas.

Molusco contagioso

O molusco contagioso ou Molluscum contagiosum é uma doença dermatológica. Caracteriza-se por pápulas rosadas ou brancas espalhadas na pele, em qualquer parte do corpo. Podem ocasionar irritações, sendo mais comum em crianças de zero a 12 anos de idade.

Infecções estafilocócicas

O risco de um bebê contrair infecções estafilocócicas em uma piscina é baixo. Contudo, há sempre um potencial alto de propagação das doenças causadas pela bactéria staphylococcus aureus em instalações recreativas. Principalmente por intermédio do contato com a infecção de pessoa para pessoa ou com objetos e superfícies contaminadas.

As infecções estafilocócicas são causadas por uma bactéria que vive, muitas vezes, no nariz ou na pele de pessoas saudáveis. Pode provocar doenças, que vão desde uma simples infecção (espinhas, furúnculos e celulites). Até infecções graves (pneumonia, meningite, endocardite, síndrome do choque tóxico, sepse, dentre outras). Caso o bebê apresente alguma ferida cutânea ou irritação na pele, é recomendado não levá-la à piscina até a sua cura.

É imprescindível que, ao levar o bebê para a piscina, se faça o uso de bloqueador solar. Este é um dos principais cuidados com a pele e representa uma atenção fundamental à saúde das crianças.

Material escrito por:
Dermatologista Pediátrica - CRM/SC 10414 | RQE 5948 | RQE 21133

A Dra. Marice Mello dedica-se à pediatria desde a graduação em medicina na UFSC. A médica é especialista em pediatria, pelo Hospital Infantil Joana de Gusmão, e tem especialização em dermatologia pediátrica, pela UFPR. É membro da Society Pediatric Dermatology, da Sociedade Latino-Americana de Dermatologia Pediátrica e da Sociedade Brasileira de Pediatria.   Ver Lattes

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