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Bolinhas que coçam? Atenção para a Escabiose (Sarna)

Por: - Dermatologista Pediátrica - CRM/SC 10414 | RQE 5948 | RQE 21133
Publicado em 15/07/2016 - Atualizado 07/02/2019

Já ouviu falar em escabiose (sarna) ? A cena é mais ou menos essa: a criança começa a se coçar muito, principalmente à noite. Você tenta descobrir porquê e vê que na pele dela há pequenas bolinhas e começa a questionar o que pode ser aquilo. Até tenta esperar um dia ou dois, mas a coceira é tanta que não tem outro jeito, a não ser levá-lo ao pediatra. O diagnóstico até surpreende: seu filho está com escabiose.

A escabiose (sarna) é uma doença contagiosa causada pelo ácaro Sarcoptes scabie variedade hominis. É transmitida pelo contato direto com uma pessoa infectada. Ocorre em ambos os sexos, em qualquer faixa etária, independentemente da raça ou de hábitos de higiene pessoal.

O Sarcoptes scabie é um parasita exclusivo da pele do homem e sobrevive poucas horas quando está fora dela. Então, não foi o cachorro ou outro bichinho com o qual seu filho brincou que passou isso para ele. E sim, qualquer pessoa com quem ele teve ou tem contato.

Locais em que as bolinhas escabiose que coçam costumam surgir

A fêmea fecundada penetra na pele e elimina entre 40 e 50 ovos, morrendo em seguida. O ciclo biológico do ovo até sua forma adulta demora cerca de 15 dias. Por isso é importante repetir o tratamento depois de 7 a 15 dias.

Geralmente, três a quatro dias após o contato com o ácaro surgem pápulas, as tais bolinhas que coçam muito, às vezes com pequenas bolhas de água. A escabiose é mais frequente nos punhos, entre os dedos, mamilos, axilas, abdômen, nádegas e genitália. Nas crianças, pode acometer o couro cabeludo, palmas das mãos e plantas dos pés. A coceira é mais intensa à noite, provocando arranhões que podem infectar.

Sintomas de escabiose aparecem em mais de uma pessoa

O diagnóstico da escabiose é feito com base na história de coceira noturna, associada a lesões cutâneas presentes nos locais em que costumam se manifestar. Em geral, há mais de um caso no ambiente residencial. O diagnóstico é clínico, mas quando necessário, poderá ser feita uma confirmação laboratorial pelo achado do ácaro, em material coletado da pele do paciente, examinado ao microscópio.

Antes de iniciar o tratamento, deve ser feito um levantamento de todos os membros da casa, avaliando e tratando todos, evitando, assim, a permanência de contágio entre familiares. O próprio pediatra com conhecimento em dermatologia que atender a criança pode verificar se há manifestação da doença em outros membros da família.

Os medicamentos usados no tratamento da doença podem ser tópicos ou oral. Nesse período, as roupas de cama devem ser trocadas e lavadas diariamente.

Material escrito por:
Dermatologista Pediátrica - CRM/SC 10414 | RQE 5948 | RQE 21133

A Dra. Marice Mello dedica-se à pediatria desde a graduação em medicina na UFSC. A médica é especialista em pediatria, pelo Hospital Infantil Joana de Gusmão, e tem especialização em dermatologia pediátrica, pela UFPR. É membro da Society Pediatric Dermatology, da Sociedade Latino-Americana de Dermatologia Pediátrica e da Sociedade Brasileira de Pediatria.   Ver Lattes

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