Blog

Como tratar o eritema infeccioso

Por: - Dermatologista Pediátrica - CRM/SC 10414 | RQE 5948 | RQE 21133
Publicado em 21/11/2017 - Atualizado 07/02/2019

O eritema infeccioso é uma doença de pele que causa febre nas crianças, mas que apresenta um grau de gravidade baixo. A enfermidade ocorre tipicamente na infância e afeta, em especial, crianças de seis meses a três anos de idade.

O eritema infeccioso é raro nos primeiros meses de vida por causa da proteção dos anticorpos maternos. A doença também pode ser conhecida pelo nome de Quinta Doença  e ocorre preferencialmente no inverno e na primavera.

A doença é causada por um vírus chamado parvovírus B19. Sua forma de transmissão é por via oral, principalmente pela via respiratória, e de mãe para filho, na gestação.

Sua maior incidência ocorre em comunidades fechadas (creches, escolas, etc.) e entre pessoas da mesma família, onde a taxa de ataque de infecção pode atingir 50% entre os indivíduos que estão suscetíveis à doença.

Experimentos realizados em voluntários demonstraram que a manifestação do eritema infeccioso aparece em torno de 18 dias após o contato com o vírus, caracterizando a lesão da doença como um evento tardio no curso da infecção e, portanto, com quase nenhuma chance de transmissão.

Como o eritema infeccioso se desenvolve?

O quadro clínico do eritema infeccioso é uma erupção na pele dividida em três estágios:

  • primeiro estágio: eritema nas bochechas, mais claro ao redor da boca, recebendo o nome de “doença da face esbofeteada”.
  • Segundo estágio: aparece de um a quatro dias após a vermelhidão da face. São lesões avermelhadas nos braços, pernas e tronco, com ou sem coceira.
  • Terceiro estágio: nesta fase, as lesões de pele do eritema infeccioso podem variar em duração de dias ou semanas, aumentando e diminuindo a intensidade. A exposição ao sol e banhos quentes podem exacerbar as lesões. Em torno de 10% das crianças podem se queixar de dores articulares neste estágio da doença.

Para o feto, o maior risco é se o eritema infeccioso for transmitido antes da vigésima semana de gestação, com os sintomas variando desde anemia até a perda do bebê.

Como é o diagnóstico do eritema infeccioso?

O diagnóstico do eritema infeccioso é clínico, analisando-se o histórico e o exame físico do paciente. Quando houver dúvidas do dermatopediatra quanto ao diagnóstico, ele poderá solicitar determinadas sorologias para confirmar a presença do parvovírus B19.

A análise do médico também leva em conta as características da erupção cutânea. Exames de sangue podem ajudar a identificar os níveis de anticorpos para o vírus B19, quando for necessário estabelecer o diagnóstico diferencial com outras doenças como escarlatina, rubéola, sarampo, exantemas e enterovírus.

Como é o tratamento do eritema infeccioso?

O eritema infeccioso é uma doença benigna que não possui tratamento. O dermatopediatra deve apenas orientar o paciente (ou seus responsáveis) sobre como a doença evolui. Contudo, algumas indicações são básicas e gerais no decorrer da manifestação da doença:

  • procure aumentar a ingestão de líquidos, seja por leite materno ou por uma fórmula. Para crianças que já consomem alimentos sólidos, dê mais água. Uma boa hidratação ajuda a diminuir a febre.
  • Analgésicos e antitérmicos também auxiliam a baixar a febre e na diminuição de possíveis dores articulares resultadas do eritema infeccioso. Não esqueça: só dê remédios que tenham sido prescritos pelo médico especificamente para o seu filho.
  • Evite expor a criança ao sol e a ambientes excessivamente quentes.
  • As gestantes devem ser acompanhadas com maior atenção.

As medidas preventivas devem visar somente os grupos com risco de desenvolver as formas graves da infecção pelo B19 (grávidas e portadores de anemias hemolíticas crônicas). São indicados o tratamento com gamaglobulina humana intravenosa para a  grávida e o isolamento dos pacientes com risco de uma evolução grave da doença.

Material escrito por:
Dermatologista Pediátrica - CRM/SC 10414 | RQE 5948 | RQE 21133

A Dra. Marice Mello dedica-se à pediatria desde a graduação em medicina na UFSC. A médica é especialista em pediatria, pelo Hospital Infantil Joana de Gusmão, e tem especialização em dermatologia pediátrica, pela UFPR. É membro da Society Pediatric Dermatology, da Sociedade Latino-Americana de Dermatologia Pediátrica e da Sociedade Brasileira de Pediatria.   Ver Lattes

    Inscreva-se em nossa newsletter

    Receba mais informações sobre cuidados para a saúde em seu e-mail.

    Voltar