Blog

Você sabe como tratar estrófulo?

Por: - Dermatologista Pediátrica - CRM/SC 10414 | RQE 5948 | RQE 21133
Publicado em 15/08/2018 - Atualizado 07/02/2019

Estrófulo é um quadro bastante comum na infância. Também chamado de prurigo agudo infantil, esse é um quadro de dermatose, desencadeado por picadas de insetos, como pulgas, formigas e mosquitos. Acontece nos primeiros anos de vida, principalmente em crianças alérgicas.

Dessa forma, estrófulo corresponde às lesões que causam coceiras intensas, o que pode acabar evoluindo para possíveis surtos, que por sua vez, podem coincidir com as picadas de insetos e agravar a situação.

A manifestação do estrófulo não está relacionada à fatores hereditários, nem sexo e nem cor da pele. Assim, o estrófulo acontece devido a liberação de toxinas soltas por insetos, no exato momento da picada e acomete crianças já pré dispostas à alergia. A maioria dos casos acontece no verão, em decorrência das condições climáticas que são mais favoráveis ao desenvolvimento dos insetos.

Como são as lesões do estrófulo?

Geralmente, as lesões aparecem no primeiro ou segundo ano de vida da criança. Possuem caráter avermelhado, arredondado e firme, aparentando uma pequena bolha no centro. A coceira é bastante intensa e incômoda, o que pode agravar o quadro, infeccionando as lesões com pus e crostas.

Dessa forma, as lesões tendem a regredir normalmente, com o passar dos dias. No entanto, é possível ainda que, no decorrer dos dias, seja comum o aparecimento de novas lesões, mesmo sem a ocorrência de novas picadas. Uma única picada é capaz de desencadear inúmeras lesões de caráter mais severo. É comum que os lugares mais acometidos sejam braços, pernas, o rosto e o tronco, sendo raro acontecer no couro cabeludo, axilas e região onde está a fralda.

Diagnóstico do estrófulo

O diagnóstico do estrófulo é feito pela análise dos aspectos das lesões e da respectiva história clínica da criança. Normalmente, os pacientes que apresentam a doença já possuem antecedentes alérgicos. Embora seja raro, dependendo do caso, uma biópsia na pele da criança torna-se necessária.

É importante que o diagnóstico seja criterioso, já que deve ser cuidadosamente diferenciado de miliária, varicela, escabiose e desidrose. Por isso, é importante o acompanhamento de um especialista dermatopediatra de confiança. Este indicará o melhor tratamento, de acordo com a intensidade da manifestação clínica do problema.

Como lidar com o problema?

Na maioria das vezes, a cura do estrófulo é espontânea. Isso se dá pela evolução imunológica em decorrência das repetidas exposições aos alérgenos que se dão por meio das picadas e dessensibilização específica natural tratamento que consiste na administração de doses crescentes de um alérgeno para aumentar a tolerância do indivíduo àquela situação.

No entanto, quando não há melhora, é possível tomar algumas atitudes para controlar a coceira e a reação inflamatória desencadeada pela hipersensibilidade:

  • uso de repelentes;
  • uso de mosquiteiros;
  • uso de roupas adequadas que protejam os braços e pernas;
  • Vitamina B1;
  • uso de medicamentos locais (corticóide tópico) para aliviar a coceira;
  • uso de medicações via oral em casos mais graves, como corticóide ou antialérgico;
  • uso de antibióticos locais ou via oral que tratam a infecção da pele;

 

É possível prevenir o estrófulo?

A melhor maneira de prevenir o estrófulo é por meio da eliminação dos agentes causais, como mosquitos e pulgas. Assim, é necessário prevenir as picadas de insetos com a colocação de telas em janelas e extinguir os focos de depósito de água parada. Casos mais graves podemos usar a imunoterapia.

 

Acompanhe mais informações no e-book “PRINCIPAIS DOENÇAS DE PELE NA INFÂNCIA: SINTOMAS, TRATAMENTO E PREVENÇÃO”. O download é grátis.

Material escrito por:
Dermatologista Pediátrica - CRM/SC 10414 | RQE 5948 | RQE 21133

A Dra. Marice Mello dedica-se à pediatria desde a graduação em medicina na UFSC. A médica é especialista em pediatria, pelo Hospital Infantil Joana de Gusmão, e tem especialização em dermatologia pediátrica, pela UFPR. É membro da Society Pediatric Dermatology, da Sociedade Latino-Americana de Dermatologia Pediátrica e da Sociedade Brasileira de Pediatria.   Ver Lattes

    Inscreva-se em nossa newsletter

    Receba mais informações sobre cuidados para a saúde em seu e-mail.


    Voltar