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Repelente protege a saúde de crianças e gestantes

Por: - Dermatologista Pediátrica - CRM/SC 10414 | RQE 5948 | RQE 21133
Publicado em 15/12/2015 - Atualizado 07/02/2019

Com a epidemia de dengue e o crescente número de casos de microcefalia associada a ocorrência do zika vírus, muitas pessoas, incluindo gestantes, têm recorrido ao uso de repelentes para tentar se proteger das picadas do Aedes aegypti, mosquito transmissor dessas doenças, acatando recomendação feita pelo Ministério da Saúde.

Contudo, nem todo repelente pode ser usado por crianças e grávidas. Além disso, os vários tipos do produto possuem tempo de ação diferentes, o que pode comprometer a eficácia da proteção ou ocasionar outros problemas de saúde se esse detalhe não for observado.
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Os princípios ativos dos repelentes recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) são:

1-Icaridina (KB3023): por oferecer o período de ação mais prolongado, os repelentes a base de dietiltoluamida estão sendo os mais procurados por adultos e gestantes. Com duração de proteção de até 10 horas, também pode ser usado por crianças a partir de 2 anos.

2-DEET: apesar do uso tópico de repelentes a base de dietiltoluamida ser considerado seguro em gestantes, o produto não deve ser utilizado em crianças menores de 2 anos. Já para crianças entre 2 e 12 anos, a concentração do princípio ativo deve ser de no máximo 10% e o número de aplicações não deve ser maior do que três vezes por dia. O tempo de ação dos repelentes a base de DEET recomendado para adultos (concentração de 15% do ativo) é de cerca de 6h. Já a versão infantil dura apenas duas horas.

3-IR 3535 30%: o uso do composto é permitido pela Anvisa para crianças acima de 6 meses e gestantes. O período de proteção é de até 4 horas. A duração da ação dos repelentes que usam esse princípio ativo, entretanto, é curta, exigindo que o produto seja reaplicado a cada duas horas.

Existem ainda os repelentes naturais, no entanto, como são altamente voláteis e seu efeito costuma ser de curta duração, não garantem proteção adequada ao Aedes aegypti, devendo ser evitados.

Bebês com até 6 meses só devem usar mosquiteiros e roupas protetoras. Não é recomendada nenhuma substância química na pele ou repelentes elétricos que contenham produtos químicos no ambiente em que brincam ou dormem. É recomendado instalar telas nas janelas e portas, e deixar o ambiente refrigerado já que os mosquitos gostam de calor e umidade.

Em geral, o uso de repelentes deve ser evitado nas crianças menores de 2 anos. O uso só é liberado em situações especiais, com orientação e acompanhamento médico.

Veja algumas dicas para aplicar os repelentes:

  • Procure vestir roupas brancas nas crianças, pois roupas coloridas atraem os insetos, assim como perfumes.
  • Os dispositivos ultrassônicos e os elétricos luminosos (com luz azul) são ineficazes.
  • Não deve-se utilizar produtos combinados com filtros solares. O filtro solar costuma ser reaplicado com uma frequência maior e os repelentes não devem ser aplicados mais do que três vezes ao dia em crianças.
  • O suor atrai os insetos.
  • Não durma com repelente no corpo, lave-se antes.
  • Leia todo o rótulo antes de aplicar o produto e conserve-o para consulta.
  • Mantenha os repelentes fora do alcance de crianças e não permita sua autoaplicação.
  • Evite o uso próximo a mucosas (boca, nariz, olhos, genitais) na pele irritada ou ferida. Para uso na face, primeiro aplique o produto nas mãos e então espalhe no rosto, com cuidado.
  • Evite aplicação nas mãos das crianças e por baixo das roupas. Sempre lave as mãos após aplicar o produto.
  • Use quantidade suficiente para recobrir a pele exposta e evite reaplicações frequentes.

Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria

Material escrito por:
Dermatologista Pediátrica - CRM/SC 10414 | RQE 5948 | RQE 21133

A Dra. Marice Mello dedica-se à pediatria desde a graduação em medicina na UFSC. A médica é especialista em pediatria, pelo Hospital Infantil Joana de Gusmão, e tem especialização em dermatologia pediátrica, pela UFPR. É membro da Society Pediatric Dermatology, da Sociedade Latino-Americana de Dermatologia Pediátrica e da Sociedade Brasileira de Pediatria.   Ver Lattes

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