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O que muda na pele da criança no decorrer do tempo

Por: - Dermatologista Pediátrica - CRM/SC 10414 | RQE 5948 | RQE 21133
Publicado em 30/08/2017 - Atualizado 07/02/2019

Nunca é possível saber, ao certo, como será a pele da criança, a cor de seus olhos e de seus cabelos assim que ela nasce. Do primeiro dia de vida até a adolescência, uma pessoa passa por diversas transformações. Para começar, a coloração dos olhos e da pele se altera e os cabelos deixam de ser tão finos. E isso tudo ocorre em pouco tempo!

A pele é a barreira do corpo e o protege das ameaças externas, além de ajudar na manutenção da temperatura corporal ideal e na prevenção da perda de fluidos.

Quando uma pessoa nasce, sua cútis ainda é muito fina. O bebê precisa de um tempo para se adaptar ao novo meio, regular a circulação do sangue, habituar à temperatura e ao contato com o sol. Todos esses elementos influenciam positiva ou negativamente no seu desenvolvimento, que transcorre até um ano de idade.

Principais transformações da pele da criança

Nesse tempo, a pele da criança perde, gradativamente, as características dos primeiros dias de vida. A função de barreira, até então inexistente, torna-se mais efetiva. Com isso, há menos perda de água e o tecido torna-se menos absorvente, protegendo melhor o organismo de agentes químicos que poderiam penetrar facilmente na pele mais sensível e imatura do recém-nascido.

Conforme o tempo passa, o pH da pele da criança, que tende a ser neutro no começo da vida, aproxima-se cada vez mais do pH ácido da cútis dos adolescentes e adultos, o que eleva consideravelmente a defesa contra micróbios e a retenção de água.

Também há aumento da atividade das glândulas sebáceas e, consequentemente, do conteúdo lipídico da pele. A quantidade de colágeno maduro é outra característica que se altera no decorrer do tempo. Os bebês nascem com uma concentração menor da substância e,  gradualmente, a proporção se torna maior.

Quanto mais madura a pele da criança, menores são as chances dela sofrer com a sensibilidade às secreções glandulares (suor e sebo) em excesso, aos ácaros presentes no pó da casa, às bactérias, às impurezas às quais fica exposta e às baixas e altas temperaturas.

Embora não se iguale à impermeabilidade do tecido cutâneo dos adultos, o das crianças, com o tempo, adquire cada vez mais resistência e fica menos suscetível às doenças de pele mais comuns na infância.

A maturação natural do órgão, no entanto, não é motivo para negligenciar os cuidados necessários para fortalecer a barreira de proteção do organismo. Todas as orientações básicas em relação à higiene, ao banho, ao uso de produtos de limpeza e produtos tópicos devem ser consideradas e praticadas diariamente para garantir à criança uma pele sempre saudável.

Material escrito por:
Dermatologista Pediátrica - CRM/SC 10414 | RQE 5948 | RQE 21133

A Dra. Marice Mello dedica-se à pediatria desde a graduação em medicina na UFSC. A médica é especialista em pediatria, pelo Hospital Infantil Joana de Gusmão, e tem especialização em dermatologia pediátrica, pela UFPR. É membro da Society Pediatric Dermatology, da Sociedade Latino-Americana de Dermatologia Pediátrica e da Sociedade Brasileira de Pediatria.   Ver Lattes

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