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Crianças com dermatite atópica podem tomar banho de mar e piscina?

Por: - Dermatologista Pediátrica - CRM/SC 10414 | RQE 5948 | RQE 21133
Publicado em 06/02/2020

dermatite atópica é um dos tipos mais comuns de alergia cutânea, sendo caracterizada por uma doença crônica e genética. Classificada como um eczema atópico, essa doença é, predominantemente, comum durante a infância e, geralmente, se manifesta como lesões nas dobras dos braços e na parte de trás dos joelhos.

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Uma vez tratada, a dermatite atópica apresenta rápida melhora, quando as orientações do médico são seguidas corretamente. No entanto, muitas dúvidas podem surgir em relação à melhor forma de tratar a doença e as ações que podem agravar o quadro.

Por exemplo, quando as crianças com dermatite atópica querem tomar banho de mar ou de piscina, os pais sempre ficam na dúvida: será que a água provocará piora para as lesões ocasionadas pela doença?

Por isso, preparei esse artigo para esclarecer dúvidas comuns, além de explicar um pouco mais sobre os sintomas da dermatite atópica. Boa leitura!

Dermatite atópica: como identificar a doença na criança?

A dermatite atópica é uma doença que apresenta o surgimento de lesões avermelhadas e que coçam muito, como principal sintoma. Isso acontece pois a dermatite atópica é um quadro inflamatório da pele, que desencadeia piora após o ato de coçar, decorrente do comichão intenso.

Assim sendo, a partir dessa coceira intensa e das lesões resultantes, alguns ferimentos podem se apresentar de forma bastante específica, auxiliando na identificação da doença.

Por isso, é muito importante ficar atento quando notar alguma das seguintes manifestações na pele da criança:

  • pele esfolada em decorrência da coceira intensa;
  • áreas espessas que surgem após irritação e coceira prolongada;
  • alterações na vermelhidão e coloração da pele ao redor das lesões.                 

Ao identificar alguma dessas características, procure imediatamente um dermatopediatra, que irá emitir o diagnóstico correto para as lesões da criança. Caso a doença seja comprovada, o tratamento irá atuar na redução da inflamação cutânea, além da prevenção de novos focos.

Como tratar a dermatite atópica?

Basicamente, o tratamento para a dermatite atópica é baseado no alívio da coceira e na hidratação profunda da pele, o que ameniza o eczema. O uso de sabonetes específicos e hidratantes é fundamental, além de medicamentos anti-histamínicos, quando necessário.

Outro fator de cuidado é evitar o banho quente, pois contribui para o ressecamento da pele e tende a agravar o problema, por isso, o ideal é tomar banhos frios ou mornos.

Mas e os banhos de mar e piscina, pioram ou melhoram a dermatite atópica?

Banho de mar e piscina: é indicado ou não para as crianças com dermatite atópica?         

Seja no período de férias ou no calor intenso: toda criança adora brincar na água. Felizmente, as crianças com dermatite atópica também podem aproveitar os banhos de mar e piscina! Mas devem estar atentas a determinados cuidados importantes para que não haja piora da doença.

Primeiramente, é muito importante que os banhos de mar e piscina aconteçam fora dos períodos de crise aguda da doença para que a pele não fique irritada. Além disso, é fundamental que, após o contato com a água, alguns cuidados sejam adotados.

Veja o que fazer para que o banho de mar e de piscina não atrapalhe a saúde da pele da criança:

Banho de piscina

Antes de entrar na piscina, a criança deve hidratar profundamente a pele com cremes emolientes a fim de criar uma película protetora da pele e, assim, isolar a irritação da pele pela água da piscina.

Após o contato com a água, o ideal é passar por uma ducha de água doce de, pelo menos, 30 segundos de duração para garantir a retirada da água com cloro.

Depois disso, a pele deve ser seca com uma toalha completamente limpa e que não tenha passado pela presença de poluentes ou outros alérgenos. Lembre-se de não esfregar a toalha na pele da criança!

Ao chegar em casa, é fundamental que a criança utilize um gel de banho específico e, após secar novamente o corpo, um emoliente também deve ser aplicado. Caso haja alguma reação à coceira, é importante passar uma camada de dermocorticoide para aliviar.

No banho de mar

Antes de ir à praia, a criança também deve receber a aplicação de um creme emoliente antes de entrar no mar e um creme barreira deve ser utilizado para reduzir a aderência da areia.

Após o banho, a ducha de água doce é indispensável. Também deve haver muito cuidado para que a toalha para secar a criança não esteja cheia de areia, pois isso pode agravar o quadro. Além disso, o uso do protetor solar deve ser imediato após sair da água.

Quando chegar em casa, a criança deve tomar o seu banho habitual com um gel nutritivo para retirar todo o creme e sal da pele. Depois de enxaguar muito bem o corpo com uma toalha macia e limpa, o emoliente deve ser aplicado nas zonas sem irritação. Se necessário, o uso de um dermocorticoide deve ser feito, caso haja irritação.

Cuidado: não automedique a criança!

É muito importante levar todas essas questões para um especialista confiável e tirar todas as suas dúvidas a respeito do assunto, pois cada caso é único e deve ser analisado individualmente.

Converse com o médico da criança para que as opções mais viáveis sejam recomendadas para cada situação. Em nenhuma hipótese, automedique a criança!

Lembre-se que apenas um especialista pode ajudar a criança a apreciar o banho de mar e de piscina da melhor forma possível, sem que haja agressão à sua pele.

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Material escrito por:
Dermatologista Pediátrica - CRM/SC 10414 | RQE 5948 | RQE 21133

A Dra. Marice Mello dedica-se à pediatria desde a graduação em medicina na UFSC. A médica é especialista em pediatria, pelo Hospital Infantil Joana de Gusmão, e tem especialização em dermatologia pediátrica, pela UFPR. É membro da Society Pediatric Dermatology, da Sociedade Latino-Americana de Dermatologia Pediátrica e da Sociedade Brasileira de Pediatria.   Ver Lattes

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